-Bom dia, pessoal. Meu nome é Ana Maria e sou a nova professora de literatura de vocês. Antes de falar como eu trabalho, eu quero deixar algo bem claro: eu não quero qualquer comparação entre mim e a outra professora que saiu. Os problemas ocorridos com ela ficam com ela e agora não se fala mais nisso. Eu estou aqui pra recuperar a matéria e as notas de vocês, mas preciso de sua colaboração.
Ana Maria era a nova professora de um colégio público e tinha entrado lá de uma forma um tanto conturbada: a antiga professora se envolvera com drogas e acabou prejudicando todas as turmas que dava aula, o que fez com que os alunos perdessem conteúdos importantes e perdessem notas e Ana Maria havia entrado para não só substituí-la, mas também para recuperar os alunos.
-Bem, nós temos como regras pelo menos uma prova por bimestre, ou seja, teremos ainda, no mínimo, duas provas, mas pra vocês recuperarem as notas, terei que fazer mais trabalhos. Eu pretendo fazer três provas sobre livros, duas normais e uma de recuperação, e mais alguns trabalhos de produção textual em aula.
A turma odiou, afinal, teriam que se dedicar em ler livros chatos como Dom Casmurro e logo fazerem provas e ainda fazer textos. As reclamações não paravam, estavam estressados por antecipação. Ana Maria não se importou e continuou a fazer o que tinha que fazer: usar da sua juventude (ela tinha apenas 25 anos) para conquistar os jovens e fazer coisas que os fariam gostar do que estavam fazendo, e isso aconteceu.
Nas provas, a turma andava conforme a média, mas as produções textuais eram incríveis. A sua forma de fazer com que participassem era realmente interessante: ela entrava na sala de aula, sentava-se e começava a conversar, perguntava como andavam as festas, o que rolavam nelas, as modinhas do momento, os cantores em alta... Tudo. Depois da conversa ela explicava um pouco sobre tal tipo de texto e os jovens tinham que fazer textos baseados no assunto do dia. Todos amaram isso.
Além da realização de ver seus alunos se tornarem bons alunos e bons leitores, ela foi chamada para dar aula em uma universidade aos seus 30 anos de idade. Seus alunos se formaram e ela pegou uma nova turma.
Passou o tempo e ela entra na sua nova turma na universidade e dá de cara com um conhecido: Antônio, que foi o seu aluno na escola e ele seguiu a carreira com a literatura.
Mais uma vez, Ana Maria viu um de seus alunos se formar mais uma vez. Ela chorava de orgulho. Ser professora era um orgulho