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sábado, 31 de agosto de 2013

Miss Algrave




Ela era sujeita a julgamento. Por isso não contou nada a ninguém. Se contasse, não acreditariam porque não acreditavam na realidade. Mas ela que morava em Londres, onde os fantasmas existem nos becos escuros, sabia da verdade.
Seu dia, Sexta-feira, fora igual aos outros. Só aconteceu sábado à noite. Mas na Sexta fez tudo igual como sempre. Embora a atormentasse uma lembrança horrível: quando era pequena, com uns sete anos de idade, brincava de marido e mulher com seu primo Jack, na cama grande da vovó. E ambos faziam de tudo para Ter filhinhos sem conseguir. Nunca mais vira Jack nem queria vê-lo. Se era culpada, ele também o era.
Quando passava pelo Picadilly Circle e via as mulheres esperando homens nas esquinas, só faltava vomitar. Ainda mais por dinheiro! Era demais para se suportar. E aquela estátua de Eros, ali, indecente.Foi depois do almoço ao trabalho: era datilógrafa perfeita. Seu chefe nunca olhava para ela e tratava-a felizmentecom respeito chamando-a de Miss Algrave. Seu primeiro nome era Ruth. E descendia de irlandeses. Era ruiva, usava cabelos enrolados na nuca em coque severo. Tinha muitas sardas e pele tão clara e fina que parecia uma seda branca. Os cílios também eram ruivos. Era uma mulher bonita.Orgulhava-se muito do seu físico: cheia de corpo e alta. Mas nunca ninguém havia tocado nos seus seios.Costumava jantar num restaurante barato em Soho mesmo. Comia camarão com molho de tomate. E nunca entrara num pub: nauseava-a o cheiro do álcool, quando passava por um. Sentia-se ofendida pela humanidade.Cultivava gerâneos vermelhos que eram uma glória na primavera. Seu pai era pastor protestante e a mãe ainda morava em Dublin com o filho casado. Seu irmão era casado com uma verdadeira cadela chamada Tootzi.De vez em quando Miss Algrave escrevia uma carta de protesto para o Time. E eles publicavam. Via com muito gosto o seu nome: sincerely Ruth Algrave.Tomava banho só uma vez por semana, no Sábado. Para não ver o seu corpo nu, não tirava nem as calcinhas nem o sutiã.No dia em que aconteceu era Sábado e não tinha portanto trabalho. Acordou cedo e tomou chá de jasmim. Depois rezou. Depois saiu para tomar ar.Perto do Savoy Hotel quase foi atropelada. Se isso acontecesse e ela morresse teria sido horrível porque nada lhe aconteceria de noite.Foi ao ensaio do canto coral. Tinha voz maviosa. Sim, era uma pessoa privilegiada.Depois foi almoçar e permitiu-se comer camarão: estava tão bom que até parecia pecado.Então dirigiu-se ao Hyde Park e sentou-se na grama. Levara a Bíblia para ler. Mas- que Deus a perdoasse – o sol estava tão guerrilheiro, tão bom tão quente, que, não leu nada, ficou só sentada no chão sem coragem de se deitar. Procurou não olhar os casais que se beijavam e se acariciavam sem a menor vergonha.Depois foi para casa, regou as begônias e tomou banho. Então visitou Mrs. Cabot que tinha noventa e sete anos. Levou-lhe um pedaço de bolo com passas e tomaram chá. Miss Algrave sentia-se muito feliz, embora…Bem, embora.Às ste horas voltou para casa. Nada tinha a fazer. Então tricotou uma suéter para o inverno. De cor esplendorosa: amarela como o sol.Antes de dormir tomou mais chá de jasmim com biscoitos, escovou os dentes, mudou de roupa e meteu-se na cama. Suas cortinas de gaze ela mesma fizera e pendurara.Era maio. As cortinas se balançavam à brisa dessa noite tão singular. Singular por quê? Não sabia.Leu um pouco o jornal da manhã e fechou a luz da cabeceira. Pela janela aberta via o luar. Era noite de lua cheia.Suspirou muito porque era difícil viver só. A solidão a esmagava. Terrível não ter uma só pessoa para conversar. Era a criatura mais solitária que conhecia. Até Mrs. Cabot tinha um gato. Ruth Algrave não tinha bicho nenhum: eram bestiais demais para o seu gosto. Nem tinha televisão. Por dois motivos: faltava-lhe dinheiro e não queria ficar vendo as imoralidades que apareciam na . Na televisão de Mrs. Cabot vira um homem beijando uma mulher na boca. E isso sem falar no perigo da transmissão de micróbios. Ah, se pudesse escreveria todos os dias uma carta de protesto para o Time. Mas não adiantava protestar, ao que parecia. A falta de vergonha estava no ar. Até já vira um cachorro com uma cadela. Ficou impressionada. Mas se assim Deus queria, que então assim fosse. Mas ninguém a tocaria jamais, pensou. Ficava curtindo a solidão.Até as crianças eram imorais. Evitava-as. E lamentava muito Ter nascido da incontinência de seu pai e de sua mãe. Sentia pudor deles não terem tido pudor.Como deixava arroz cru na janela, os pombos vinham visitá-la. Às vezes entravam-lhe no quarto. Eram enviados por Deus. Tão inocentes. Arrulhando. Mas era meio imoral o arrulho deles, embora menos do que ver mulher quase nua na televisão. Ia amanhã sem falta escrever uma carta protestando contra os maus costumes daquela maldita cidade que era Londres. Chegara uma vez a ver uma fila de viciados junto de uma farmácia, esperando a vez de tomarem uma aplicação. Como é que a Rainha permitia? Mistério. Escreveria mais uma carta denunciando a própria Rainha. Escrevia bem, sem erros de gramática e batia as cartas na máquina do escritório quando tinha um instantede folga. Mr. Clairson, seu chefe, elogiava muito as cartas publicadas. Até dissera que ela poderia um dia vir a ser escritora. Ficara orgulhosa e agradecera muito.Estava assim deitada na cama com a sua solidão. O embora.Foi então que aconteceu.Sentiu que pela janela entrava uma coisa que não era um pombo. Teve medo. Falou bem alto:- Quem é você?E a resposta veio em forma de vento:- Eu sou um eu.- Quem é você? Perguntou trêmula.- Vim de Saturno para amar você.- Mas eu não estou vendo ninguém! Gritou.- O que importa é que você está me sentindo.E sentia mesmo. Teve um frisson eletrônico.- Como é que você se chama? Perguntou com medo.- Pouco importa.- Mas quero chamar seu nome!- Chame-me de Ixtlan.Eles se entendiam em sânscrito. Seu contato era frio como o de uma lagartixa, dava-lhe calafrios. Ixtlan tinha sobre a cabeça uma coroa de cobras entrelaçadas, mansas pelo terror de poder morrer. O manto que cobria o seu corpo era da mais sofrida cor roxa, era ouro mau e púrpura coagulada.Ele disse:- Tire a camisola. A lua estava enorme dentro do quarto. Ixtlan era branco e pequeno. Deitou-se ao seu lado na cama de ferro. E passou a mão pelos seus seios. Rosas negras.Ela nunca tinha sentido o que sentiu. Era como se um aleijado jogasse no ar o seu cajado.Começou a suspirar e disse para Ixtlan: – Eu te amo, meu amor! Meu grande amor! E – é, sim. Aconteceu. Ela queria que não acabasse nunca. Como era bom, meu Deus. Tinha vontade de mais , mais e mais.Ela pensava: aceitai-me! Ou então: “Eu me vos oferto.” Era o domínio do “aqui e agora”.Perguntou-lhe: quando é que você volta?Ixtlan respondeu:- Na próxima lua cheia.- Mas eu não posso esperar tanto!- É o jeito, disse ele até friamente.- Vou ficar esperando bebê?- Não.- Mas vou morrer de saudade de você! Como é que eu faço? – Use-se.Ele se levantou, beijou-a castamente na testa. E saiu pela janela.Começou a chorar baixinho. Parecia um triste violino sem arco. A prova de que tudo acontecera mesmo era o lençol manchado de sangue. Guardou-o sem lavá-lo e poderia mostrá-lo a quem não acreditasse nela.Viu a madrugada nascer toda cor-de-rosa. No fog os primeiros passarinhos começaram a pipilar com do çura, ainda sem alvoroço.Deus iluminava seu corpo.Mas, como uma baronesa Von Blich, nostalgicamente recostada em seu dossel de cetimde seu leito, fingiu tocar a campainha para chamar o mordomo que lhe traria café quente, forte, forte.Ela o amava e ia esperar ardentemente pela nova lua cheia. Não quis tomar banho para não tirar de si o gosto de Ixtlan. Com ele não fora pecado e sim uma delícia. Não queria mais escrever nenhuma carta de protesto: não protestava mais.E não foi à igreja. Era mulher realizada. Tinha marido. Então no Domingo, na hora do almoço, comeu filet mignon com purê de batatas. A carne sangrenta era ótima. E tomou vinho tinto italiano. Era mesmo privilegiada. Fora escolhida por um ser de Saturno.Tinha lhe perguntado por que a havia escolhido. Ele dissera que era por ela ser ruiva e virgem. Sentia-se bestial. Não tinha mais nojo dos bichos. Eles que se amassem, era a melhor coisa do mundo. E ela esperaria por Ixtlan. Ele voltaria: eu sei, eu sei, eu sei, pensava ela. Também não tinha mais repulsa pelos casais do Hyde Park. Sabia como eles se sentiam.Como era bom viver. Como era bom comer carne sangrenta. Como era bom tomar vinho italiano bem adstringente, meio amargando e restringindo a língua.Era agora imprópria para menores de dezoito anos. E se deleitava, babava-se de gosto nisso.Como era Domingo, foi ao canto coral. Cantou melhor do que nunca e não se surpreendeu quando a escolheram para solista. Cantou a sua aleluia. Assim: Aleluia! Aleluia! Aleluia!Depois foi ao Hyde Park e deitou-se na grama quente, abriu um pouco as pernas para o sol entrar. Ser mulher era uma coisa soberba. Só quem era mulher sabia. Mas pensou: será que vou Ter que pagar um preço muito caro pela minha felicidade? Não se incomodava. Pagaria tudo que tivesse de pagar. Sempre pagara e sempre fora infeliz. E agora acabara-se a infelicidade. Ixtlan! Volte logo! Não posso mais esperar! Venha! Venha! Venha!Pensou: será que ele gostara de mim porque eu sou um pouco estrábica? Na próxima lua cheia perguntaria a ele. Se fosse por isso, não tinha dúvida: forçaria a mão e se tornaria completamente vesga. Ixtlan, tudo o que você quiser que eu faça, eu faço. Só que morria de saudade. Volte, my love.Sim. Mas fez uma coisa que era traição. Ixtlan a compreenderia e perdoaria. Afinal de contas, a pessoa tinha que dar um jeito, não tinha?Foi o seguinte: não agüentando mais, encaminhou-se para o Picadilly Circle e achegou-se a um homem cabeludo. Levou-o ao seu quarto. Disse-lhe que não precisava pagar. Mas ele fez questão e antes de ir embora deixou na mesa-de-cabeceira uma libra inteira! Bem que estava precisando de dinheiro. Ficou furiosa, porém, quando ele não quis acreditar na sua história. Mostrou-lhe, quase até o seu nariz, o lençol manchado de sangue. Ele riu-se dela.Na Segunda-feira de manhã resolveu-se: não ia mais trabalhar como datilógrafa tinha outros dons. Mr. Clairson que se danasse. Ia era ficar mesmo nas ruas e levar homens paro o quarto. Como era boa de cama , pagar-lhe-iam muito bem. Poderia beber vinho italiano todos os dias. Tinha vontade de comprara um vestido bem vermelho com o dinheiro que o cabeludo lhe deixara. Soltara os cabelos bastos que eram uma beleza de ruivos. Ela parecia um uivo.Aprendera que valia muito. Se Mr. Clairson, o sonso, quisesse que ela trabalhasse para ele, teria que ser de outro bom modo. Antes compraria o vestido vermelho decotado e depois iria ao escritório chegando de propósito, pela primeira vez na vida, bem atrasada. E falaria assim com o chefe:- Chega de datilografia! Você não me venha com uma de sonso! Quer saber de uma coisa? Deite-se comigo na cama, seu desgraçado! E tem mais: me pague um salário alto por mês, seu sovina!Tinha certeza que ele aceitaria. Era casado com uma mulher pálida e insignificante, a Joan, e tinha uma filha anêmica, a Lucy. Vai é se deliciar comigo, o filho de uma cadela.E quando chegasse a lua cheia- tomaria um banho purificador de todos os homens para estar pronta para o festim com Ixtlan.
Solteira, é claro, virgem, é claro. Morava sozinha numa cobertura em Soho. Nesse diatinha feito suas compras de comida: legumes e frutas. Porque comer carne ela considerava pecado.


Clarice Lispector. In: A via crucis do corpo.

sábado, 17 de agosto de 2013

Vamos dançar conforme a musica.


    Todo mundo tem dentro de si uma pessoa especial, um lado que não conhece.
Talvez aquela pessoa seria tem algo de maluco por dentro.
Talvez aquela idiota, seja mais esperta que voce imagina.
No final ninguem conhece ninguem.
Nem nos mesmos nos conhecemos.

Nossa! Nem eu mesma sei quem sou.
Então , julgar nem pensar, a vida não é um tribunal para vivermos julgando os outros. Cada qual tem seu limite, sua opinião. Não vamos impor regras a quem não respeita nem se quer as leis de transito. Vamos ser livres, sem fazer o mal ao próximo. Vamos gritar, pular, beber, correr, amar. No final o que nos resta é a morte. E quando o fim chegar você vai ver que metade do que você tem nunca te fez feliz. Vamos deixar de ser materialista, dinheiro não trás felicidade. Pois a felicidade não se compra, não se vende,. Ser feliz significa viver conforme suas regras e não conforme a sociedade. Faça o que quizer na vida. É melhor se arrepender do que fez, do que se arrepender do que não fez. Ufa! pronto, desabafei. Vamos dançar conforme a musica.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

No fim valeu a pena.


Ah que saudade que tenho!
Das madrugadas frias de amor sem fim.
Dos beijos de amor que me davas na cama.
Das loucuras que fazias por mim.

Ah que coisa sem graça!
 Ninguém mais dança como agente dançava .
O sexo hoje hoje é só por prazer.
Ninguém mais ama como agente amava.

Ah, parece tão estúpido!
Pessoas que acham o meu amor maluco.
Mas eu era maluca por você.
Você me traiu e pois tudo a perder.
Mas valeu muito o tempo que fiquei com você.


 


"Eu Não Sou perfeito"

   
     Claro que nem tudo acontece por vontade própria. Mas você já pensou nos problemas que poderia ter evitado. Quantas pessoas você magoou e tantas outras você nem olhou. Quantas palavras foram ditas em vão. Quantas atitudes poderiam ter sido diferentes. Quantos problemas teriam sido evitado se você tivesse feito a coisa certo. Quero te fazer refletir em como suas atitudes poderiam ter sido melhor. Talvez hoje você estivesse mais feliz. Você escravo da  ignorância humana e servo do orgulho quiz tentar ser superior. Não é bem assim, quanto mais você tentar ser superior menos você vale. Afinal, você não vale nada, pois o ser humano não tem preço. É, alguns não entenderam a mensagem mais sei que os que entenderam irão reparar seus erros, pedir perdão por suas falhas e vão admitir sem ironia ou hipocrisia"Eu Não Sou perfeito"

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O PaiZão Bicha Louca





-Não faz sentido isso! Como pode você ser gay e ser pai? É pra eu entender? Porque se é, eu tenho que parar de pintar meu cabelo de loiro, porque estou ficando burra!
-Renatinha linda, vou te explicar mais uma vez: era uma vez, em um passado muito distante, exatamente há 14 anos, um príncipe chamado Nelson, mais conhecido como Neni, foi a uma festa, bebeu todas e fez um bebê com a Lucinda, mais conhecida como Luci e aí o destino separou aqueles seres, o Neni se assumiu bicha louca e abriu um salão chamado Diva, que é para as mulheres ficarem Divas. O tempo passou e ele descobriu que tem uma filha, chamada Flávia, que é a Flavinha. Entendeu agora, meu bem?
-Entendi, mas como é que você pretende criar essa menina, posso saber?
-Ué, fim de semanas eu faço tudo o que tenho direito com a minha pequena diva e todo o mês pago uma pensão, simples.
-Simples, quero só ver.
-Baby, relaxa.
As coisas entre Neni e Flavinha estavam indo bem. Ele a ajudava a preparar a festa de 15 anos dela, com muitas plumas, purpurina e muitos dançarinos gostosos. Eles gostavam de conversar e, em uma noite, Neni veio com uma ideia:
-Flavinha, vamos brincar de verdade ou consequência?
-Vamos papito.
-Eu começo. Você é virgem?
-Pai, você nem perguntou se eu quero verdade ou consequência.
-Não interessa. Sou seu pai, sou mais velho e sou meio homem, meia mulher, então eu decido. Responde.
-Sou virgem.
-AAH QUE LINDA! Eu não sou mais. Já fiz com muitos homens e uma mulher e, olha que legal, a mulher era a sua mãe. Legal né, baby? Quer que eu conte como foi a minha primeira vez com um homem? Foi quando eu tinha13 anos e foi...
-Pai, obrigada, não quero saber. Agora eu pergunto. Quem foi o seu primeiro amor?
-Ah Diva, não foi um, mas foram vários... Eram os Backstreet Boys. Antes eu só fazia sexo pra diversão mesmo, mas eu me apaixonei completamente pelos meus meninos. Aí o tempo passou e eu comecei a amar o Jesse McCartney, aí ele ficou gordo e eu não quis mais. Depois me apaixonei pelo Justin Bieber mas depois que o One Direction nasceu, eu me tornei um meio homem mais feliz.
-AAAAAAAHH VOCÊ TAMBÉM AMA O 1D??? EU SOU LOUCA POR ELES!!!
-AAAAAAAHH EU TAMBÉM!!! Ok, agora eu pergunto: você é bv?
-Não né pai. Enfim, quero falar de 1D.
A noite passou com os dois falando sobre One Direction. As noites do pai e da filha eram assim, conversavam até que um dia ela confessou que estava namorando. Quando apresentou o namorado ao pai, o garoto se sentiu no mínimo estranho, afinal, o pai da sua namorada era gay. O tempo passou e um dia, Flávia chegou ao salão do pai desesperada:
-Papito, você não vai acreditar no que aconteceu! O Jú me traiu com uma piranha qualquer!
-Oh meu Deus, tadinha da minha triste Diva. Ó, deixa que papai resolve isso pra você, tá?
-Resolver como, papito?
Neni não respondeu e acalmou a menina. No outro dia, ele seguiu o ex dela e, quando teve chance, foi falar com o garoto:
-É muito audacioso. Trair a minha Diva é absurdo demais.
-Ô viado, dá licença que eu não vou perder o meu tempo falando com uma bicha. Além de que ela mereceu ser traída. Não quis dar, peguei outra que quis.
De repente, a voz fininha de Neni sumiu e foi trocada por uma voz máscula, forte, a sua voz original:
-QUEM VOCÊ PENSA QUE É PRA FALAR ASSIM DA MINHA DIVA, SEU CANALHA? AGORA VOCÊ MORRE.
Neni deu uns 5 socos no garoto que foram suficientes para deixá-lo atirado no chão. Para terminar o serviço, Neni disse, com a sua voz fininha novamente:
-Quem disse que bicha não pode ser pai másculo? Mexe com a minha Diva de novo e eu acabo com a sua infeliz vidinha, tá, baby?

Intensidade Que Mata

 
 
"Na boa, acha alguém da tua laia que é melhor." Foi isso o que o ex namorado da Débora disse pra ela quando viu que um guri no carnaval agarrou ela e obviamente terminou com ela, mas aquela frase dele não saía de sua cabeça. Então pensou em usar aquela frase a favor dela, afinal, ela era gostosa, divertida, sorridente, parceira pras festas e muito mais.
Um dia qualquer ela se arrumou: colocou um vestido preto justo e curto, um salto alto vermelho, passou um batom vermelho, soltou os cabelos longos e lisos e foi à festa. Não se passaram uma hora na balada e vários garotos já estavam na sua volta e ela só fazendo charme esperando o garoto perfeito pra ela e finalmente ele apareceu. O nome dele era Pedro, chegou todo sorridente, ofereceu a ela uma bebida (nem se importou em perguntar a idade, ele pouco ligava se Débora tinha 16 anos, ela era gostosa e fim de papo), conversou com ela, dançou com ela e em pouco tempo os dois estavam aos beijos, e que beijos. Débora não se importava se o garoto passava a mão nela de uma forma até mesmo asquerosa, ela também estava passando a mão nele.
Os dois trocaram telefones e redes sociais e cada um foi pra sua casa. Passaram os dias e os dois se falavam todos os dias, o tempo todo e a coisa foi ficando séria. Eles saíam juntos, "ficavam" e assim ia rolando o relacionamento, até quem um dia ele pediu-a em namoro e ela aceitou na hora. O que foi uma pena.
Os dois eram intensos, gostavam de beijos quentes, iam a festas em que havia muitas drogas e álcool e não demorou muito para terem relações sexuais sem camisinha, ela apenas tomava pílula anticoncepcional. Foi a partir daí que começaram os problemas. Os dois achavam que deveriam formar um casal moderno, ou seja: sexo em grupo, por que não? Drogas? Dão uma sensação boa. Álcool? Deixa tudo mais divertido. Esse era o pensamento deles, só que todas essas coisas juntas influenciam na vida dos dois. Pedro pegou HIV de Débora em mais uma das "diversões em grupo" deles. Os dois estavam viciados em cocaína e se não houvesse bebida em alguma festa, não tinha graça.
Em outubro de 2011, o casal foi internado às pressas no hospital. A última coisa que um disse pro outro foi:
-Eu te amo, mas não quero morrer assim.
-Débi, tem coisa melhor do que morrer junto com a pessoa que a gente mais ama?
-É verdade... É tipo Romeu e Julieta?
-Pode ser amor, mas relaxa, o Boca disse que cocaína não mata.
-Então tá meu lindo, eu te amo.
-Eu te amo minha gostosa.
O que o tal de Boca não avisou é que HIV e cocaína e álcool em excesso matavam sim e foi disso que eles morreram. No dia 10 de novembro Débora morreu e no dia 15 Pedro veio a falecer também.
Ao receberem as biópsias, as duas famílias entraram em conflito. Uma julgava a outra, diziam que o filho ou a filha morreram por influência de outro. Errados. Débora porque queria mostrar para o seu ex-namorado nerd que ela poderia arranjar um garoto muito mais intenso do jeito que ela gostava e Pedro morreu porque queria mostrar aos outros o quão descolado ele era, provando isso com a intensidade do seu relacionamento. O desejo por intensidade matou os dois.

Acordei ainda mais apaixonda. ( tô sem ideia)



  Mas um dia se passava em minha vida. Vi o sol se acalmar e a lua brilhar em um céu tão lindo, em que as estrelas competiam com o brilho se seus olhos. Finalmente um dos dias em mais refleti sobre a vida estava prestes a acabar. Dirigi-me a cama com meus pensamentos nele. Não consegui dormir e fiquei em claro, sonhando acordada.

   Quando finalmente dei um cochilo já era seis da manha. Levantei-me da cama em meio a meu quarto razoavelmente bagunçado. De repente a imagem dele se passou em minha mente. 

    Perguntei-me: O que estava acontecendo? Será que realmente estou apaixonada? Aquele dia foi decisivo pra mim. Achei as respostas para meus medos, minha dúvidas e meus anseios.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Eu e minha loucura mortal.

    


     As vezes tenho vontade de morrer, de fugir, de nunca mais existir. De fazer parte apenas das lembranças, dos que muito me fizeram sofre. As vezes eu queria ter poder para me teletransportar pra outro lugar. Um lugar onde ninguém existisse, Apenas eu e minhas vontades, desejos e costumes. Queria sumir do mapa , ir morar em outra galáxia. Só pra não ter que aturar pessoas inúteis, que fazem de minha vida um inferno. É, um inferno! O pior inferno, talvez o maior deles, não sei.


    As vezes tenho vontade de morrer, ou ter nascido em outra família. Meus pais não me aturam. Minha família não me quer. Meus amigos me chama de chata. Me resta a solidão. Não quero conviver com pessoas. Que viver sozinha. Apenas eu e minha solidão complexa. Apenas eu e as bactérias. Apenas eu. Eu à espera da morte, da loucura, da esquizofrenia, da psicose, da neurose, da depressão. Eu e a noite, somente eu.

    Nasci com os piores defeitos. Não suporto as pessoas, as pessoas não me querem, meu cabelo é horrível, meu corpo é horrível, minha voz é insuportável, minha lógica não funciona. Mas nada adianta. Não consigo cometer suicídio. Já tentei me matar e foi horrível, doí muito. Mas em meio a esse inferno, tenho motivos para continuar vivendo. Na verdade, é apenas um motivo. E esse motivo é o bastante. Você Danilo. Continuo viva, pois prometi aos céus que iria te fazer feliz. E irei. Mesmo estando cheia de lágrimas meu coração, farei de tudo pra nunca te ver chorar. Você é a única coisa que me motiva viver. E se um dia te perder, aí sim, cometerei suicídio, de corpo e de alma.